Famílias kaingang vivem no distrito da Júlio Borges em Salto do Jacuí. Conforme o vice cacique, Roque a comunidade é originária da terra indígena da Borboleta. Para ele o 19 de abril, dia do índio, não é um dia para comemorações, mas um dia que simboliza a luta pelos direitos indígenas, pelo direito da terra. “Enquanto comunidade tradicional a gente está lutando pelo nosso direito, sabemos que são quatro comunidades em Salto do Jacuí. O povo kaingang da Júlio Borges simboliza uma luta de resistência, somos originários da Borboleta, não viemos de outros Estado e nem de outros acampamentos. Estamos lutando pelo nosso direito da terra originária que é a Borboleta”, explicou Roque.
O vice cacique relata que a comunidade está perdendo bastante com o governo que não homologou a terra ainda. “Estamos com um pedido que queremos ficar na Júlio Borges, que a reserva indígena seja constituída aqui mesmo, esse é o sonho da comunidade. Temos jovens que nasceram e se criaram aqui e querem ficar aqui mesmo”, destaca o Roque.
Quanto a questão cultura, Roque explica que muito foi perdido durante esse tempo da colonização do governo brasileiro nos antepassados, mas segundo ele a comunidade está resgatando muitas coisas como a comida típica. “O índio evolui, principalmente o kaingang, nós temos nosso maquinário para trabalhar. Lutamos para sobreviver, como comunidade tradicional a gente planta para nossa própria subsistência, ter nosso próprio alimento produzido por nós mesmos como faziam nossos antepassados”, informou o vice cacique.
Roque diz que a comunidade kaingang está buscando conhecimento. “Temos nossos direitos e temos o dever de nos organizar interna e externamente e que as entidades possam cumprir suas partes como FUNAI, SESAI governos municipal, estadual e federal. Somos cidadãos”, finalizou o vice cacique
.